Dinheiro do BNDES para mais leitos da covid-19 em hospitais tem burocracia e juros de tempos normais
Anúncio do BNDES, não detalhou se os hospitais que pretendem expandir rapidamente sua infraestrutura de leitos emergenciais e de UTI. Mas só a remuneração do BNDES que baixou do usual 1,7% aa para 1% aa.
Assim como aconteceu com o anúncio da liberação de recursos para o pagamento de salários por dois meses, o comunicado do BNDES, neste domingo, de um programa de financiamento, com orçamento de R$ 2 bilhões, para a ampliação imediata da oferta de leitos emergenciais, materiais e equipamentos médicos e hospitalares não despertou grandes aplausos do setor.
Por uma razão bem simples e que tem sido a marca da atuação do ministério da Economia: o banco promete a liberação dos recursos apenas daqui a 15 dias e a inexistência de condições diferenciadas pela situação da covid-19.
Segundo o banco, empresas de outros setores que buscam converter suas produções em equipamentos e insumos para saúde também serão contempladas pelo programa.
Mas o objetivo é aumentar a quantidade de leitos de UTI em mais três mil unidades, o equivalente a mais de 10% da disponibilidade atual de leitos do SUS no país.
Também se pretende ajudar a aumentar o número de respiradores pulmonares em mais 15 mil, correspondente a 50% da demanda total do SUS prevista para os próximos 3 meses contados a partir do final de março.
Se a linha obtiver sucesso esses monitores aumentarão em 5 mil (20% da demanda do SUS para os próximos 4 meses a partir de março de 2020).
O presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco, George Trigueiro disse que o dinheiro do BNDES pode não chegar a maioria dos pequenos hospitais devido a questões burocráticas. A começar pelas dificuldades de obterem as certidões necessárias para acessar o crédito.
– Além disso, disse o dirigente, o BNDES está oferecendo empréstimos, quando os hospitais estão precisando de acessar, primeiro, o dinheiro para pagar os salários dos empregados.
Trigueiro também criticou as taxas de juros inicialmente propostas. Entre e 9% e 11% é o que o BNDES já cobra normalmente, então que apoio ao Covid19 é esse? Mas segundo ele, a maior dificuldades é com a parada dos hospitais que foram proibidos de atenderem seus pacientes.
– Um hospital que é conveniado, por exemplo, não está podendo fazer suas cirurgias eletivas e, portanto, não fatura para os planos de saúde e o SUS e, portanto, sem receitas. Mas a folha tem que ser paga no próximo dia 5 desabafou.
Trigueiro disse que a suspensão de funcionamento dos hospitais criou o pior dos cenários. O hospital está com seus leitos travados, mas não sabe se o governo do Estado ou o SUS vai pagar por isso. Ele defende que se o hospital fica a disposição do governo e portanto suas equipes ele deve ser remunerado mesmo que o leito não seja usado.
Segundo o consultor de empresas Luiz Falbo Di Cavalcanti, cuja empresa atende pequenos hospitais, o problema é que BNDES, não detalhou se os hospitais que pretendem expandir rapidamente sua infraestrutura de leitos emergenciais e de UTI terão que passar pelo mesmo processo de avaliação de projeto de engenharia.
Isso quer dizer a requisição de projetos arquitetônicos, orçamentação, memorial descritivo da obra, cronograma físico-financeiro, licenças entre outras exigências.
Ele lembrou que mesma a linha de financiamento dos salários que só deve estar operacional em maio, através dos bancos repassadores, para pagamento das folhas de abril o BNDES terá que ser rápido na análise dos pedidos de crédito.
Além disso, não foi atacada a fragilidade atual das garantias dos clientes, fato que será utilizado pelos repassadores como fundamental para avanço dos repasses.
Pelo que diz o BNDES, a única diferença é que no caso de Instituições Filantrópicas de Saúde sem fins lucrativos, o financiamento pode admitir, alternativamente, em substituição à prestação de garantia real, a constituição de recebíveis dos SUS.
No comunicado, o BNDES diz que as operações diretas, a taxa de juros é composta pelo custo financeiro, remuneração do BNDES e taxa de risco de crédito. Ou seja, não nenhuma diferença em relação a um financiamento normal por força doa covid-19.
O valor mínimo de financiamento em operações será de R$ 10 milhões e o empréstimos vai a R$ 150 milhões por grupo econômico, a cada período de 6 meses.
O prazo de pagamento é de até 60 meses, incluído o prazo de carência de 3 a 24 meses. O prazo de utilização será de até 6 meses. Teoricamente, a taxa poderia chegar a 11,09% ao ano (TLP 4% + 1,83%) + remuneração do BNDES (1%) + Taxa Risco Crédito (até 4,26%).
Outra coisa que vai provocar reações no setor é sobre as garantias. O BNDES diz que serão definidas de acordo com a análise da operação. E que a constituição de garantias reais poderá ser flexibilizada para operações com até R$ 50 milhões em financiamento, mas sem, mais informações.
Segundo o consultor Luiz Falbo Di Cavalcanti embora a ação do BNDES no sentido de promover a competitividade dos bancos repassadores seja muito louvável, é preciso ir além, como por exemplo estipulando metas de prazos para operacionalização das linhas pelos repassadores, sob pena de ter sua carteira de repasses suspensa pelo BNDES.
Sindhospe na Mídia. Sindicato foi destaque na coluna JC Negócios, no Jornal do Commercio
Você pode ler a matéria aqui ou conferir a matéria no site. Segue o link: https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/jc-negocios/2020/03/5604176-dinheiro-do-bndes-para-mais-leitos-da-covid-19-em-hospitais-tem-burocracia-e-juros-de-tempos-normais.html
Dinheiro do BNDES para mais leitos da covid-19 em hospitais tem burocracia e juros de tempos normais
Anúncio do BNDES, não detalhou se os hospitais que pretendem expandir rapidamente sua infraestrutura de leitos emergenciais e de UTI. Mas só a remuneração do BNDES que baixou do usual 1,7% aa para 1% aa.
Assim como aconteceu com o anúncio da liberação de recursos para o pagamento de salários por dois meses, o comunicado do BNDES, neste domingo, de um programa de financiamento, com orçamento de R$ 2 bilhões, para a ampliação imediata da oferta de leitos emergenciais, materiais e equipamentos médicos e hospitalares não despertou grandes aplausos do setor.
Por uma razão bem simples e que tem sido a marca da atuação do ministério da Economia: o banco promete a liberação dos recursos apenas daqui a 15 dias e a inexistência de condições diferenciadas pela situação da covid-19.
Segundo o banco, empresas de outros setores que buscam converter suas produções em equipamentos e insumos para saúde também serão contempladas pelo programa.
Mas o objetivo é aumentar a quantidade de leitos de UTI em mais três mil unidades, o equivalente a mais de 10% da disponibilidade atual de leitos do SUS no país.
Também se pretende ajudar a aumentar o número de respiradores pulmonares em mais 15 mil, correspondente a 50% da demanda total do SUS prevista para os próximos 3 meses contados a partir do final de março.
Se a linha obtiver sucesso esses monitores aumentarão em 5 mil (20% da demanda do SUS para os próximos 4 meses a partir de março de 2020).
O presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco, George Trigueiro disse que o dinheiro do BNDES pode não chegar a maioria dos pequenos hospitais devido a questões burocráticas. A começar pelas dificuldades de obterem as certidões necessárias para acessar o crédito.
– Além disso, disse o dirigente, o BNDES está oferecendo empréstimos, quando os hospitais estão precisando de acessar, primeiro, o dinheiro para pagar os salários dos empregados.
Trigueiro também criticou as taxas de juros inicialmente propostas. Entre e 9% e 11% é o que o BNDES já cobra normalmente, então que apoio ao Covid19 é esse? Mas segundo ele, a maior dificuldades é com a parada dos hospitais que foram proibidos de atenderem seus pacientes.
– Um hospital que é conveniado, por exemplo, não está podendo fazer suas cirurgias eletivas e, portanto, não fatura para os planos de saúde e o SUS e, portanto, sem receitas. Mas a folha tem que ser paga no próximo dia 5 desabafou.
Trigueiro disse que a suspensão de funcionamento dos hospitais criou o pior dos cenários. O hospital está com seus leitos travados, mas não sabe se o governo do Estado ou o SUS vai pagar por isso. Ele defende que se o hospital fica a disposição do governo e portanto suas equipes ele deve ser remunerado mesmo que o leito não seja usado.
Segundo o consultor de empresas Luiz Falbo Di Cavalcanti, cuja empresa atende pequenos hospitais, o problema é que BNDES, não detalhou se os hospitais que pretendem expandir rapidamente sua infraestrutura de leitos emergenciais e de UTI terão que passar pelo mesmo processo de avaliação de projeto de engenharia.
Isso quer dizer a requisição de projetos arquitetônicos, orçamentação, memorial descritivo da obra, cronograma físico-financeiro, licenças entre outras exigências.
Ele lembrou que mesma a linha de financiamento dos salários que só deve estar operacional em maio, através dos bancos repassadores, para pagamento das folhas de abril o BNDES terá que ser rápido na análise dos pedidos de crédito.
Além disso, não foi atacada a fragilidade atual das garantias dos clientes, fato que será utilizado pelos repassadores como fundamental para avanço dos repasses.
Pelo que diz o BNDES, a única diferença é que no caso de Instituições Filantrópicas de Saúde sem fins lucrativos, o financiamento pode admitir, alternativamente, em substituição à prestação de garantia real, a constituição de recebíveis dos SUS.
No comunicado, o BNDES diz que as operações diretas, a taxa de juros é composta pelo custo financeiro, remuneração do BNDES e taxa de risco de crédito. Ou seja, não nenhuma diferença em relação a um financiamento normal por força doa covid-19.
O valor mínimo de financiamento em operações será de R$ 10 milhões e o empréstimos vai a R$ 150 milhões por grupo econômico, a cada período de 6 meses.
O prazo de pagamento é de até 60 meses, incluído o prazo de carência de 3 a 24 meses. O prazo de utilização será de até 6 meses. Teoricamente, a taxa poderia chegar a 11,09% ao ano (TLP 4% + 1,83%) + remuneração do BNDES (1%) + Taxa Risco Crédito (até 4,26%).
Outra coisa que vai provocar reações no setor é sobre as garantias. O BNDES diz que serão definidas de acordo com a análise da operação. E que a constituição de garantias reais poderá ser flexibilizada para operações com até R$ 50 milhões em financiamento, mas sem, mais informações.
Segundo o consultor Luiz Falbo Di Cavalcanti embora a ação do BNDES no sentido de promover a competitividade dos bancos repassadores seja muito louvável, é preciso ir além, como por exemplo estipulando metas de prazos para operacionalização das linhas pelos repassadores, sob pena de ter sua carteira de repasses suspensa pelo BNDES.
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