Reajuste da Tabela SUS em debate

Encontro entre Federação e Sindicato abordará assuntos de interesse da categoria

Presidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess), Breno Monteiro estará em Pernambuco na próxima quinta-feira (04/05). A convite do Presidente do Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhospe),  Severino Omena, o encontro será o primeiro entre as instituições realizado no Estado e terá como finalidade, dentre tantas, discutir a implementação de uma sucursal da Federação por aqui. A ideia é que os associados tenham acesso às ações desenvolvidas nacionalmente.

“Vamos conversar com o presidente, e, após isso, é que vamos saber se há disponibilidade para avançarmos nessa questão”, destacou Omena, observando que, na ocasião, o reajuste da Tabela SUS também estará em pauta. “Temos que tratar desse assunto com cautela e dentro de uma campanha regional, ligando Sergipe ao Maranhão”, frisou.

Sobre isso, o presidente da Federação dos Hospitais Filantrópicos do Estado de Pernambuco (Fehospe), Fernando Costa, disse que há dez anos a Tabela SUS (padrão de referência para pagamento dos serviços prestados por estabelecimentos conveniados e filantrópicos que atendem a rede pública de saúde) está defasada e, por isso, vem afetando a musculatura financeira de boa parte das Santas Casas do Brasil.

 

“A cada R$ 100 investidos em procedimentos de baixo ou médio custo, apenas R$ 65 são remunerados pelo Sistema Único de Saúde. O restante é financiado via empréstimos bancários”, explicou Costa. Sem margem, as dívidas das casas de saúde do País chegam a R$ 15 bilhões. Atualmente, existem 2.100 instituições filantrópicas, sendo 28 no Estado.

Segundo o presidente da Fenaess, Breno Monteiro, a questão tem provocado a expulsão de muitas unidades de saúde do Sistema. “Isso porque, todos os anos, os custos básicos são reajustados, como energia e medicamentos, enquanto a tabela vive o mesmo cenário há anos”, afirmou, ressaltando que, apesar disso, o Governo Federal não toma qualquer iniciativa para reverter a situação. “Pelo contrário, o orçamento do Ministério da Saúde aumenta todos os anos”, revelou.

Para se ter ideia, 50% dos atendimentos do SUS é feito por meio dos hospitais filantrópicos e privados. Imip, Hospital Maria Lucinda e Santa Casa da Misericórdia são exemplos em Pernambuco e que dependem de financiamentos público e privado para sobreviverem. Na opinião do gerente-executivo Sindhospe, Ibere Monteiro, é urgente discutir a correção dos procedimentos pelos índices inflacionários acumulados, pois, do contrário, os centros médicos sentirão as perdas, o que pode refletir negativamente no atendimento à população.

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