Podemos iniciar o debate tocando num ponto bastante sensível dentro do grande universo da área saúde: o paciente. Qual é a maneira mais adequada de tratar esse cidadão que procura uma unidade de saúde, pública ou privada, para ter acesso a recursos dignos de medicina, estando ele doente ou não? Concordo com Guilherme S. Hummel, autor do livro ePatient – A Odisséia Digital do Paciente em Busca da Saúde, quando mostra que a forma mais humanizada de enxergar esse paciente é vê-lo como um cliente, isto é, alguém que está em busca de uma prestação de serviço, nesse caso, médico-hospitalar, assim o mercado da saúde acomodará esse cliente nas melhores condições possíveis, com o intuito de prestar-lhe atenção básica e total, conforme seus anseios.
No setor privado, esse foco se faz mais enfático, pois os 40 milhões de clientes que, mesmo tendo o direito constitucional de acesso à saúde pública, remuneram a saúde suplementar em busca dos melhores profissionais, métodos, recursos, tecnologias e, sobretudo, atendimento. Esses clientes-pacientes pleiteiam excelência em medicina e participam de tudo aquilo que circunda sua saúde: fazem preventivos periódicos, buscam informações sobre centros médicos, profissionais de saúde, técnicas, métodos, medicamentos e diagnósticos, além de possuir acesso ilimitado a uma das mais poderosas ferramentas da atualidade: a internet.
Quando entramos no âmbito da saúde pública, nota-se por premissa a importância de recuar em seus métodos e práticas de atendimento. O Sistema Único de Saúde suplica pela adoção de práticas modernas de gestão, sistemas eletrônicos para apoiar os profissionais de saúde e tecnologias para controlar o fluxo de informações, bem como integrar as unidades – marco inicial para melhoria em nosso cenário arcaico e lento, com a finalidade de estancar a sangria descontrolada de recursos públicos. Dessa forma, a obtenção das metas de pleno atendimento à população estará mais perto de ser alcançada, trazendo os resultados aspirados em saúde pública.
Em tempos modernos, os pacientes têm acesso a uma quantidade de dados em nível exponencial, sendo a web o maior veículo de disseminação. Diante de tanta tecnologia, os pacientes entraram num nível mais elevado na necessidade de obter suas informações. Leia-se: informações do paciente – indivíduo que, cada vez mais, requisita documentos médicos de sua propriedade (receituários, exames, prescrições, prontuários, etc.). Precisa-se encarar como realidade a tendência de os pacientes que já foram incluídos digitalmente preferirem e exigirem centros médicos modernos, equipamentos com tecnologias recentes e profissionais atualizados com todas as inovações a que têm acesso. Grandes empresas, como Google e Microsoft, já apontam nesse cenário fornecendo Prontuário Eletrônico Pessoal (PEP), onde o próprio paciente lança todo o seu histórico de saúde, podendo ele mesmo fazer acompanhamentos e comparações, além de fornecer aos médicos dados organizados num local de fácil acesso. O cliente-paciente exige que as unidades e profissionais de saúde acompanhem essa tecnologia.
Hospitais públicos ou privados que possuem como estratégia o foco no paciente como cliente, e não como doente, têm uma grande chance de obtenção de resultados perante a sociedade. Ao mostrar essa tendência para o mercado, os níveis de qualidade para com os fornecedores e pagadores se elevarão, trazendo consigo benefícios agregados, como melhor remuneração, facilidade na aquisição de recursos, certificados de excelência, referência em tratamentos e maior demanda de clientes-pacientes. Qual a unidade de saúde a que o paciente retornará com mais facilidade: a burocrática, sem tecnologia, prontuários em papel, profissionais desumanizados, ou organizações que fornecem total apoio ao paciente focando no conforto, recursos tecnológicos, prontuários eletrônicos, profissionalização e processos bem definidos?
» Iberê Monteiro é coordenador de T.I. do Sindhospe
Por um atendimento de qualidade
Iberê Monteiro
Podemos iniciar o debate tocando num ponto bastante sensível dentro do grande universo da área saúde: o paciente. Qual é a maneira mais adequada de tratar esse cidadão que procura uma unidade de saúde, pública ou privada, para ter acesso a recursos dignos de medicina, estando ele doente ou não? Concordo com Guilherme S. Hummel, autor do livro ePatient – A Odisséia Digital do Paciente em Busca da Saúde, quando mostra que a forma mais humanizada de enxergar esse paciente é vê-lo como um cliente, isto é, alguém que está em busca de uma prestação de serviço, nesse caso, médico-hospitalar, assim o mercado da saúde acomodará esse cliente nas melhores condições possíveis, com o intuito de prestar-lhe atenção básica e total, conforme seus anseios.
No setor privado, esse foco se faz mais enfático, pois os 40 milhões de clientes que, mesmo tendo o direito constitucional de acesso à saúde pública, remuneram a saúde suplementar em busca dos melhores profissionais, métodos, recursos, tecnologias e, sobretudo, atendimento. Esses clientes-pacientes pleiteiam excelência em medicina e participam de tudo aquilo que circunda sua saúde: fazem preventivos periódicos, buscam informações sobre centros médicos, profissionais de saúde, técnicas, métodos, medicamentos e diagnósticos, além de possuir acesso ilimitado a uma das mais poderosas ferramentas da atualidade: a internet.
Quando entramos no âmbito da saúde pública, nota-se por premissa a importância de recuar em seus métodos e práticas de atendimento. O Sistema Único de Saúde suplica pela adoção de práticas modernas de gestão, sistemas eletrônicos para apoiar os profissionais de saúde e tecnologias para controlar o fluxo de informações, bem como integrar as unidades – marco inicial para melhoria em nosso cenário arcaico e lento, com a finalidade de estancar a sangria descontrolada de recursos públicos. Dessa forma, a obtenção das metas de pleno atendimento à população estará mais perto de ser alcançada, trazendo os resultados aspirados em saúde pública.
Em tempos modernos, os pacientes têm acesso a uma quantidade de dados em nível exponencial, sendo a web o maior veículo de disseminação. Diante de tanta tecnologia, os pacientes entraram num nível mais elevado na necessidade de obter suas informações. Leia-se: informações do paciente – indivíduo que, cada vez mais, requisita documentos médicos de sua propriedade (receituários, exames, prescrições, prontuários, etc.). Precisa-se encarar como realidade a tendência de os pacientes que já foram incluídos digitalmente preferirem e exigirem centros médicos modernos, equipamentos com tecnologias recentes e profissionais atualizados com todas as inovações a que têm acesso. Grandes empresas, como Google e Microsoft, já apontam nesse cenário fornecendo Prontuário Eletrônico Pessoal (PEP), onde o próprio paciente lança todo o seu histórico de saúde, podendo ele mesmo fazer acompanhamentos e comparações, além de fornecer aos médicos dados organizados num local de fácil acesso. O cliente-paciente exige que as unidades e profissionais de saúde acompanhem essa tecnologia.
Hospitais públicos ou privados que possuem como estratégia o foco no paciente como cliente, e não como doente, têm uma grande chance de obtenção de resultados perante a sociedade. Ao mostrar essa tendência para o mercado, os níveis de qualidade para com os fornecedores e pagadores se elevarão, trazendo consigo benefícios agregados, como melhor remuneração, facilidade na aquisição de recursos, certificados de excelência, referência em tratamentos e maior demanda de clientes-pacientes. Qual a unidade de saúde a que o paciente retornará com mais facilidade: a burocrática, sem tecnologia, prontuários em papel, profissionais desumanizados, ou organizações que fornecem total apoio ao paciente focando no conforto, recursos tecnológicos, prontuários eletrônicos, profissionalização e processos bem definidos?
» Iberê Monteiro é coordenador de T.I. do Sindhospe
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